O bem-estar animal é um tema central no manejo de gado e vem ganhando cada vez mais atenção nas práticas modernas de pecuária.
O design e a estrutura dos currais desempenham um papel fundamental na maneira como os animais são conduzidos, influenciando diretamente seu comportamento, sua saúde e até mesmo a segurança dos trabalhadores. De acordo com Eduardo Vargas, especialista na área e médico veterinário da Currais Itabira, a escolha entre currais convencionais e anti-stress pode ter impactos significativos em diversos aspectos do manejo, especialmente no bem-estar animal.
Currais convencionais versus currais anti-stress
Vargas destaca que os currais convencionais geralmente possuem seringas (embutes) em formato de V e troncos coletivos retos. Embora esses tipos de currais sejam amplamente utilizados, ele menciona que há uma tendência de modificar os curraletes para uma forma arredondada, evitando cantos que podem causar estresse ou acidentes com os animais. O especialista também ressalta a importância do desenvolvimento de currais anti-stress, que são projetados para favorecer o comportamento natural do gado. Nesses currais, as seringas e troncos coletivos são curvados, o que promove um fluxo mais natural de movimentação dos animais e reduz consideravelmente o risco de acidentes.
O conceito de Bud Box, outro modelo mencionado por Vargas, também está se difundindo no Brasil. Este modelo utiliza uma espécie de caixa no lugar da seringa tradicional aproveitando o comportamento animal de retorno conduzindo até o tronco coletivo, facilitando o processo de condução.
Benefícios de um curral bem planejado
O principal objetivo de qualquer curral, seja ele convencional ou anti-stress, é facilitar o manejo necessário do gado, como vacinação ou inspeções de rotina. Contudo, como enfatiza Vargas, quando um curral é planejado adequadamente, o trabalho se torna mais tranquilo e ágil, gerando resultados mais positivos. “Os índices reprodutivos aumentam, as respostas imunológicas aos protocolos vacinais são mais acentuadas e o índice de lesões no gado é reduzido ao extremo”, afirma.
Além disso, ele ressalta que o uso de currais bem projetados está diretamente relacionado ao bem-estar animal, já que estruturas adequadas reduzem o estresse dos animais, promovendo um ambiente mais seguro e saudável. Segundo o veterinário, é importante considerar que um curral bem estruturado não é suficiente por si só para garantir o bem-estar animal: "De nada adianta ter um curral com uma estrutura excelente e bem planejado, se a equipe que está trabalhando nele não tem a consciência de fazer um manejo correto."
A importância de uma equipe bem treinada
Vargas sublinha que a eficácia dos currais também depende da qualidade do treinamento da equipe de manejo. Mesmo os melhores projetos estruturais podem ser ineficazes se os trabalhadores não estiverem bem treinados para promover o bem-estar dos animais. Uma equipe consciente e capacitada para conduzir os bovinos de maneira tranquila e segura faz toda a diferença no resultado final.
Em resumo, o bem-estar animal nos manejos diários está relacionado tanto à estrutura física do curral quanto à preparação da equipe que o opera. Os currais anti-stress e modelos como o Bud Box são exemplos de inovações que vêm contribuindo para um manejo mais eficiente e seguro, mas é imprescindível investir também na capacitação dos trabalhadores, para garantir que todo o processo seja realizado de forma a minimizar o estresse e maximizar a saúde e produtividade dos animais.
Para finalizar, a evolução dos modelos de currais, conforme apontado por Eduardo Vargas, demonstram como o design apropriado pode impactar positivamente o bem-estar animal. Seja no uso de currais convencionais modificados ou nas estruturas mais modernas e eficientes, como os currais anti-stress, o manejo adequado dos bovinos é um fator crucial para o sucesso na pecuária. Entretanto, a consciência e o preparo da equipe de manejo continuam sendo elementos fundamentais para assegurar que essas estruturas atinjam seu pleno potencial.
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